Em 2001 foi criada a ONG evangélica CACEMAR (Centro de Acolhimento Casa Esperança e Missão Refúgio) pela missionária Carmem Rejane da Silva Kologo no país de Burkina Faso (África), precisamente na cidade de Bobo Dioulasso. A organização surgiu para suprir uma necessidade social do contexto local. A missionária é casada com o Pr. Mamadou Kologo e, juntos, possuem 03 filhos: Junior, Anne Joyce e Isabelly. Juntos, pastoreiam a igreja local e administram todo o funcionamento da ONG.

O desafio iniciou quando se apercebeu o grande número de crianças maltratadas pela cultura local, através de abusos pela tradição. Muitos refletiam o sofrimento no seu corpo físico e estado emocional. Meninos chamados "garibous" (meninos escravos), os alvos principais de uma cultura desumana que os tortura continuamente.

​Através de inúmeros auxílios ao longo dos anos, a ONG estabeleceu-se firmemente para servir a comunidade e ser a mão que auxilia o pobre e o necessitado. Semanalmente, são atendidos cerca de 500 meninos, com idade entre 5 a 17 anos. Durante três vezes na semana, eles recebem café da manhã, e duas vezes ao mês é servido um almoço. A Casa Esperança conta também com atendimento ambulatorial para atender os meninos que, por muitas vezes, chegam com ferimentos, e com um espaço de recreação e descanso para que possam ser crianças de verdade.

A tradição do país permite que os meninos sejam entregues pelos pais ao marabous, líderes religiosos do Islã, com a promessa de que terão alimentação, moradia e ensino religioso. Porém, a realidade enfrentada pelas crianças é bem diferente daquela prometida, já que persiste a prática da escravidão, comum em muitos países do oeste africano.

Nos últimos 10 anos, a Missão Reviver tem apoiado os trabalhos realizados por missionários na África, em áreas de grandes dificuldades, os quais necessitam de apoio para o desenvolvimento e continuidade de seus trabalhos missionários e pastorais.

Centro de Acolhimento Casa Esperança e Missão Refúgio promove transformação aos burquinenses

Da esquerda para a direita, a missionária Rejane Kologo, o Pastor-Presidente Rev. Virgínio de Carvalho Neto (CMIADESE) e o Pastor Mamadu Kologo.

Além desta atividade voltada ao público infanto-juvenil, os missionários desenvolvem também desde 2015, o projeto “Frutos da nossa terra”, o qual presta assistência social as viúvas na capital de Burkina Faso, através da agricultura.

As mulheres cultivam alimentos para seu consumo próprio e também para comercializar. Na horta comunitária são semeados milho, abobrinha, jiló, berinjela, quiabo e tomate.

A ONG missionária promoveu a construção de um forno de barro na aldeia Dougoutalama com o propósito de gerar renda para os moradores. Além de construir o forno, é fornecida a oficina de culinária para ensinar as mulheres da aldeia a assar biscoitos, junto com técnicas de vendas e empreendedorismo. O objetivo do projeto foi proporcionar uma renda para as famílias da aldeia, que tinham a agricultura de subsistência como única forma de sustento.

Burkina Faso é um país de maioria muçulmana e, apesar de ser uma nação democrática e de sua constituição garantir liberdade religiosa, a população islâmica tem se radicalizado e grupos extremistas tem ganhado força no país. Nesse contexto, Burkina Faso está na 32° posição na Lista de países perseguidos do Portas Abertas de 2022, classificando o país na janela 10X40, a região no mundo mais fechada para o evangelho.

Fonte: ONG CACEMAR; Guiame.